Hoje quero contar-te a uma história sobre o medo.
Já lá vão mais de 25 anos quando iniciei a minha presença digital: uma página de internet de divulgação de festas, feiras e romarias em Portugal.
Nos anos 90 a internet estava a dar um grande salto e todos queriam ter uma página de internet pessoal na grande rede.
Eu fui um deles.
Posso dizer-te que tive medo.
Medo de me “mostrar” numa rede digital, onde outros também estavam. Onde o mundo deixava de ser só o bairro onde morava.
Muitas filosofias dizem-nos que o medo ajuda a crescer, a evoluir, a aprender… a ir mais além.
Não é bem assim. Para muitos é como uma âncora… não nos deixa voar.
Desde muito cedo aprendemos que para conseguir o que queremos temos de ter limites. E esses limites são-nos mostrados através do quê?… do medo.
E quem nos imprime esses limites? Os nossos pais, familiares, vizinhos, professores, patrões…
Naquele momento em que lancei a minha página o medo que tinha era que me julgassem, criticassem, por algum limite que estava a ultrapassar.
No entanto tive uma agradável surpresa.
Aos poucos a minha página de festas, feiras e romarias estava a ajudar a conhecer eventos de localidades pequenas.
Comecei mesmo a receber listas de festas de entidades locais para mostrá-las na minha página.
A minha página estava a levar as pessoas a festas que não conheciam.
Tu, que lês esta minha história, também tens medos. E um deles é o de ires mais longe.
O primeiro passo é reconhecer que tens medo… e não negares isso.
Depois… é aprender que, mesmo com medo, mesmo com algum julgamento que possa existir, tu tens algo que outros precisam para superarem os seus medos.
Reconhece o medo, aceita-o, e cria coisas lindas neste novo mundo digital.
E lixa-te para o que outros dizem.