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Foco no mundo exterior

Por Carla Peralta em

Aprendemos que o que vemos, ouvimos, cheiramos ou tocamos é o real. É o foco no mundo exterior.

Aprendemos a confiar nos nossos sentidos.

 

Tudo o que sentimos a nível emocional é guiado pelo que os nossos sentidos percebem do mundo físico.

Para ti não há dúvida que o mundo exterior é o mundo real, certo?

E acreditas que precisamos mudar o mundo, porque o que vês é traição, julgamento, abandono, injustiça e pouca vergonha. 

“Um mundo assim onde vai parar?”

O mundo que vês deixa-te triste e irritada.

E se te disser que esse mundo é criado por ti? Criado pelo conteúdo interno e inconsciente existente em todos nós? E que são os teus sentidos, a tua forma de perceber o mundo, que precisa de cura para que possas ser feliz?

Não acreditas, pois não?

 

Também me foi muito difícil aceitar isso.

 

Eu compreendo todos os pensamentos que te podem estar a surgir neste preciso momento, em que estás a ler este texto.

Confiamos tanto nos nossos sentidos que não nos passa pela cabeça que sejam eles a causa do nosso mau estar e não o mundo exterior. 

Como vivemos focadas em resultados, em “chegar a algum lado”, em alcançar os nossos objetivos, em concretizar os nossos sonhos, em “salvar” o mundo, não damos conta que tudo isso é porque todo o nosso foco está no mundo exterior. Porque na realidade não queremos “ver” o que realmente se passa connosco.

Tudo “lá fora” é mais importante do que existe “dentro”.

O que nos acontece é muito mais importante que o autoconhecimento.

O que a nossa percepção nos diz do mundo é o que nos guia.

Só que o que existe “dentro” é que cria o mundo “fora” e tudo o que nos deixa mal ou bem é uma projeção nossa.

 

E toda a projecção é uma ilusão.

 

Os sentidos são na verdade como uma parede de vidro que te impede de ver a realidade, movidos pelo teu desejo de te protegeres.

Vou dar-te um exemplo… estás a conversar com alguém e começas a “sentir” fisicamente que essa pessoa quer de alguma maneira prejudicar-te. A tua mente começa logo a fazer um filme de possibilidades, cria uma história cheia de maldade e vais de alguma maneira afastar-te dessa pessoa. Tu vais acreditar que os teus sentidos te estão a proteger mas não dás conta que na realidade eles estão a impedir de te relacionares com essa pessoa num outro nível muito mais profundo. Os teus sentidos o que fizeram foi projetar os teus medos mais inconscientes, levantando uma barreira que te impediram realmente de ver o outro.

Quando o nosso foco está no mundo exterior e deixamos os sentidos nos guiarem ficamos sempre alertas, estamos sempre à espera para atacar, desconfiamos de todas as pessoas, precisamos de controlar o que se passa à nossa volta, fazemos tudo o que está ao nosso alcance para não sermos as pessoas que odiamos, queremos ser diferentes, queremos ser melhores todos os dias e temos ideias muito rígidas sobre o mundo e sobre as outras pessoas.

É muito cansativo viver dependente das nossas projeções para sermos felizes.

 

Vai chegar um momento em que nos desiludimos com o mundo exterior.

 

Eu quero convidar-te a fazer as pazes com as tuas projecções, com o conteúdo que rejeitas, para que possas curar os teus sentidos, a tua percepção do mundo, para que consigas ser feliz.

Categorias: Reflexões