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A necessidade de fazer tudo perfeito e o medo de errar

Por Carla Peralta em

Existe algo que me tem incomodado imenso nos últimos tempos que é o facto de dar conta do quanto tenho medo de errar.

Antes, nem dava conta disso.

Ao desaprender a “mentalidade do Ego” dou conta que é o único medo que realmente existe.

O medo da crítica.

O medo da pobreza.

O medo da morte.

O medo da doença.

O medo de ficar sozinha.

O medo de ser abandonada.

O medo de ser traída.

O medo da rejeição.

O medo da injustiça.

… e muito mais que podemos acrescentar na lista, são somente medos superficiais deste medo de errar, como se houvesse um guião para seguir.

Era por isso que queria ser “perfeita” aos olhos dos outros, porque aos meus olhos eu tenho sido um erro ambulante.

Custa imenso escrever isto, mas neste momento já o consigo assumir.

Acredito que esse é o passo mais difícil do desaprender da “mentalidade do Ego” para a “mentalidade do Espírito”, é o fato de assumir que nos vemos como um erro, ou seja, a percepção que temos de nós mesmas é um engano.

Era esta percepção distorcida de mim mesma que me levava a buscar a minha “melhor versão”, a estudar mais e mais, a trabalhar feito uma louca, a procurar o prazer da comida, das viagens, dos amigos, para me anestesiar e não dar conta do que realmente estava acontecendo.

Precisava de tudo isto para que ao menos aos “olhos” dos outros fosse perfeita, uma pessoa de sucesso, alguém que estava a “dar certo”.

Só que mais cedo ou mais tarde o que reprimimos, o que escondemos de nós mesmas vêm ao de cima através de relacionamentos complicados ou de sintomas físicos, para que possamos despertar.

E foi o que aconteceu comigo.

Tudo o que fazia deixou de fazer sentido.

Tudo o que fazia deixava-me vazia.

Era um corpo sem conteúdo. 

Eu sei que dói imenso assumir que o medo de errar nos faz sentir vazias, sem conteúdo, mas sem dares conta disso nada te irá despertar, porque é esse o ponto principal que te faz andar a “olhar para fora”, procurando algo ou alguém que te preencha. 

E posso dizer-te por experiência própria que não vais encontrar, porque estás à procura de ti mesma, estás à procura do teu conteúdo, de quem és verdadeiramente.

Categorias: Reflexões