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O conflito interno da Exigente

Por Carla Peralta em

Quando acreditas em tudo o que a mente diz, em todos os teus pensamentos, em comparar-te com as outras pessoas, com medo de ser rejeitada, de ser criticada, confusa, perdida… então a exigência está presente na tua vida

É esta exigência que te leva a entrar em conflito com o exterior.

Começas a discutir com o companheiro, com os filhos, com os pais, com amigas, com os vizinhos, ficas sem paciência para lidar com as pessoas, e com isso isolas-te.

Por um lado queres ter uma vida diferente, mas por outro só conheces esta forma de estar na vida.

Começas a acreditar que és tu a única que se sente assim, por isso escondes o que se passa contigo. Tens vergonha de não te sentires bem.

O conflito entre o que deveria ser a tua vida e o que é, o que realmente está a acontecer, é resultando dessa exigência. O que és, o que sentes, o que pensas torna-se uma vergonha tão grande que começas a ter desprezo por ti mesma e esforças-te por mudar, exigindo de ti mesma seres a pessoa que deverias ser, e não quem realmente és.

Acreditas que esse mudar pelo esforço é ação, é fazer algo para… só que escolher entre quem és e o que deverias ser é uma forma de evitar a verdadeira ação.

Quando sentes que precisas de escolher, é o próprio conflito a expressar-se. O conflito interno que surge do odio que sentes por quem és e ao mesmo tempo achares que te devias amar.

O conflito é cheio de contradições.

Se te sentes mal fazes um esforço para estar bem, e evitas compreender o que realmente é o “mal” que existe em ti. O que odeias em ti. Se estás em conflito fazes um esforço para teres paz e evitas compreender o que é o “conflito” que existe em ti. Quando não compreendes o que evitas começas a ficar paralisada, sem ação.

A escolha é um pensar cheio de medo, que leva à separação de ti mesma e te afasta da paz e tranquilidade que tanto desejas. Onde há necessidade de se escolher algo é porque estamos em conflito com a realidade.

No “pensar com amor” não existe contradições, não há necessidade de se escolher, sabemos viver com integridade, sabemos viver com a realidade.

No “pensar de medo” a mente é exigente, insensível, rígida, vive a comparar, a julgar, a invejar, a ambicionar, a desejar o que não tem. No “pensar de amor” a mente é sensível, amorosa, feliz, vive todas as nuances da vida sem julgar, sem desejar mais do que tem.

Logo, precisas então de descobrir o que é o “pensar de amor” onde não necessitas de escolher entre o bem e o mal, entre a guerra e a paz, entre a riqueza e a pobreza, entre a liberdade e o apego. Onde não há contradição.

A contradição é a natureza do “eu”, do egocentrismo, a sede do desejo.

Então precisas  de compreender o desejo. E a compreensão do desejo é o começo do autoconhecimento. Sem autoconhecimento não há “pensar de amor”.

Categorias: Reflexões