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Exigência à flor da pele

Por Carla Peralta em

Somos Sensitivas, somos sensíveis. 

Agora a grande questão é: A sensibilidade é mental e por isso vives feliz, livre, sem mágoas, saudável, sem necessidade de esforço, de compulsão, para ser alguma coisa, ou a sensibilidade é física e vives presa às emoções, num dia estás triste e sem vontade de fazer nada e noutro dia estás com energia e fazes tudo o que te aparece à frente, num esforço constante para ser alguém?

Esta é a grande questão. 

A tua sensibilidade, Sensitiva, é mental ou física?

A maioria, senão todas, das Sensitivas vivem com sensibilidade física, com uma mente que não pára, que vive comparando a sua vida com a vida das outras pessoas, com medo da rejeição, da crítica, numa compulsão para se organizar, para SER. O desejo de SER aceite, de pertencer, leva a sermos exigentes connosco e com os outros de acordo com a ideia de vida que existe na nossa mente.

É esta exigência que te faz sentir as emoções à “flor da pele”, que te faz estar triste, desanimada, dececionada, sem vontade para fazer nada, “farta” das pessoas e da tua vida, cansada e noutro momento estás a fazer tudo, com mil projetos, com várias atividades distintas, “motivada”, cheia de energia. 

Existem momentos que pareces SER duas pessoas bem diferentes, não é? 

Por um lado queres estar sossegada, com a família, tranquila, por outro queres ter sucesso, dinheiro, ser profissionalmente respeitada. 

Parece que queres tudo e no fundo sentes que não estás a conseguir nada. 

Tens medo que os outros te rejeitem por te sentires um erro, um fracasso. O que sentes é tão intenso que te faz viver no tudo, ou nada. A mente exigente cria este conflito, este julgamento interno que se reflete externamente.

Só que não se pode dissipar o medo da rejeição através da compulsão exterior ou interior para te ajustares ao que os outros dizem ser o correto. O medo da rejeição é um veneno que atua lentamente dentro de nós e vai contaminando a vida até nos prender por completo ao sofrimento de sentir demais.

Quanto mais presas no sofrimento mais infelizes ficamos. Quanto mais infelizes estamos mais exigentes ficamos. Quanto mais exigentes ficamos mais esforço fazemos, ou seja, mais compulsão, mais ação temos para acabar com o sofrimento que sentimos. 

Esta mente exigente precisa de compreender o correto significado das suas próprias atividades e trazer assim a tranquilidade a si própria. 

Ela não pode produzir a tranquilidade, a quietude através da compulsão, da ação, da rotina, dos hábitos. 

Só traz tranquilidade, paz, quietude, pela observação e compreensão do porque faz o que faz. Só quando a mente não tiver nenhum desejo de recompensa, nem medo da punição, consegue estar sensível e feliz.

Categorias: Reflexões